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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Vinil Baden Powell Ao Vivo No Teatro Santa Rosa Mono 1966

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Era comum o baterista Victor Manga, ao fim de "Samba do avião", reclamar brincando com Baden Powell: "Ai, meu Deus, minha batata da perna tá doendo muito". Era uma referência ao andamento acelerado que o violonista imprimia à música no show "Recital de samba", que gerou o disco "Baden Powell ao vivo no Teatro Santa Rosa" - lançado originalmente pela Elenco em 1966. A história é lembrada por Oscar Castro Neves, pianista e arranjador da apresentação. Quem quiser ouvir o registro de "Samba do avião" daquelas noites para entender do que Manga falava, porém, não o encontra no álbum.
- O disco é um fragmento do show, que além de Baden e meu conjunto, tinha como atrações Alaíde Costa e Dulce Nunes - conta Castro Neves. - Para o disco, pegaram apenas uma parte do espetáculo (que ficou cinco meses em cartaz).
Mesmo sem "Samba do avião", o ouvinte pode compreender o drama de Manga. O show mostra o violão de Baden especialmente agressivo, muitas vezes em andamentos rapidíssimos - as interpretações de "O astronauta" e "Samba de uma nota só" são dois exemplos bem claros. O baterista - que com o baixista Carlinhos completava o trio de Castro Neves - tinha motivos para "reclamar".
O show nasceu a partir de uma iniciativa do produtor Aloysio de Oliveira. Ele arregimentou os artistas e encomendou a Castro Neves os arranjos. Na definição de como seria a sonoridade, surgiu a ideia de convocar um quarteto de cordas, que aparece no disco em "Lamento" - os músicos estiveram também em outros momentos não registrados. Em nenhuma edição do álbum o quarteto foi creditado. Injustiça que o arranjador corrige:
- O quarteto tinha Peter Dauelsberg no violoncelo, José Alves e Eduardo Patané nos violinos e Jandovi de Almeida na viola - lista Castro Neves. - Essa formação clássica era uma boa moldura para o que estávamos imaginando musicalmente para o show.
O repertório dos artistas, Castro Neves explica, procurava apresentar o repertório que cada um já trabalhava. Das nove músicas (nenhuma inédita na época), Vinicius de Moraes aparece como autor de seis - seja como parceiro de Baden ("Berimbau", "O astronauta", "Consolação" e "Tempo feliz"), de Pixinguinha ("Lamento"), ou assinando sozinho ("Valsa de Eurídice"). "Choro para metrônomo" (de Baden), "Samba de uma nota só" (de Jobim com Newton Mendonça) e "Prelúdio em ré menor" (de Bach) completam o disco. Foi a primeira gravação, aliás, que Baden fez de uma peça do compositor alemão. O disco também marca a estreia de Baden como cantor, em "Tempo feliz".
Castro Neves, mais conhecido por seu trabalho como violonista, tocou piano no show - na época, ele se revezava entre os instrumentos:
- Como Baden já tocava violão e tínhamos um piano à disposição, era melhor que eu tocasse piano, um outro instrumento - afirma o músico, que sempre que podia observava o amigo tocando para aprender algo novo. - Ele tinha uma energia na execução impressionante.
"Ao vivo no Teatro Santa Rosa" só reafirma as palavras de Castro Neves.

Selo:
Elenco ¿– ME-30

Formato:
Vinyl, LP, Album, Mono

País:
Brazil

Lançado:
1966

Genre:
Jazz, Latin

Estilo:
Bossanova

Lista de faixas

A1 Abertura (Berimbau) Choro Para Metrônomo
Written-By – Baden Powell
2:45
A2 Astronauta
Written-By – Baden Powell, Vinicius De Moraes
2:42
A3 Valsa De Euridice
Written-By – Vinicius De Moraes
3:31
A4 Prelúdio Em Ré Menor
Written-By – Johann Sebastian Bach
2:10
A5 Berimbau
Written-By – Baden Powell, Vinicius De Moraes
3:34

B1 Consolação
Written-By – Baden Powell, Vinicius De Moraes
6:30
B2 Lamento
Written-By – Pixinguinha, Vinicius De Moraes
3:28
B3 Samba De Uma Nota Só
Written-By – Antonio Carlos Jobim, Newton Mendonça
1:56
B4 Tempo Feliz
Written-By – Baden Powell, Vinicius De Moraes
3:14

Créditos

Acoustic Guitar – Baden Powell
Piano – Oscar Castro-Neves
Producer – Aloysio De Oliveira

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