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Somente agora os fãs de Dulce Quental - vocalista original da banda Sempre Livre, autora de discos clássicos do fim dos anos 80 - podem apreciar o registro dessas composições com os arranjos originais da época, sobretudo canções surpreendentes pela atualidade sonora, pelo pop brasileiro de todos os tempos. Músicos como Sérgio Dias, Sasha Amback, Nilo Romero, Jaques Morelenbaum, além de Frejat e Carlini participam das faixas.
O LP Música e Maresia (Cafezinho Edições/Discosaoleo) foi gravado, originalmente, entre 1991 e 1994. O disco preenche uma lacuna na carreira da artista, fase marcada por intenso trabalho como compositora para o Barão Vermelho, Frejat, Ana Carolina, Cidade Negra, Leila Pinheiro, Simone e outros artistas. As 11 gravações são inéditas, mas algumas canções do disco acabaram sendo gravadas por outros intérpretes.
“Eu sempre tive o desejo de lançar um disco com essas gravações. Esperava pelo momento certo. Mas foi preciso um empurrão de amigos e colaboradores para acontecer. A gente não faz nada sozinho. Acho também que estou conseguindo devido ao momento da indústria: a volta do vinil e a possibilidade de um artista independente lançar seu próprio selo e distribuir diretamente por meio de uma plataforma digital sem o intermédio de uma gravadora”, conta Dulce. Ela destaca a importância dos parceiros Mariano Klautau Filho na concepção e Leo Bitar na realização do projeto, além do artista visual José Diniz que cedeu as imagens para a arte da capa do disco.
O existencialismo e o estilo MPB misturado ao pop, rock e blues que a projetaram estão no álbum, que traz parcerias com Roberto Frejat, Rodrigo Santos (Barão Vermelho), Luiz Carlini (Tutti Frutti) e George Israel (Kid Abelha), além de participações especiais de nomes históricos da música brasileira como Sérgio Dias (Mutantes), Nilo Romero (que assina a produção musical de algumas faixas), Sasha Amback e Jaques Morelenbaum.
“Muitas das canções foram gravadas no sistema ADAT, formato que era possível gravar em casa, pois computador e programas de gravação ainda estavam por vir. Não há autotune para corrigir a voz, nem nada desse tipo”, explica a artista. “As gravações foram feitas, em parte, na casa do Nilo Romero, sem dinheiro, numa época em que as gravadoras estavam totalmente de portas fechadas. Infelizmente, as fitas originais se perderam, mas consegui salvar algumas coisas em fitas DAT, um pré-mix que acabou servindo de master.”
Música e Maresia traz um olhar maduro de uma artista para sua própria obra. O álbum chegou às lojas em uma limitada edição em vinil (Discosaoleo). A produção é da Cafezinho Edições e Produções Musicais, selo da artista destinado a projetos nas áreas de literatura e música.
“Tirar isso do baú e adicionar à minha biografia é importante no sentido de olhar retrospectivamente para os caminhos que poderiam ter sido seguidos. Hoje certamente não faria da mesma maneira. Algumas coisas são mais datadas do que outras, mas a compositora está presente ali e a cantora em forma. Uma boa referência para projetos futuros. Importante arrumar o baú antes de seguir em frente. Outros projetos virão. A voz está voltando com força”, conclui Dulce Quental.
Faixas: “Ao Som de um Tambor (R. Frejat e D. Quental), “Eternamente no Coração” (R. Frejat e D. Quental), “Antes de Acordar” (R. Frejat e D. Quental), “Guarde Essa Canção” (R. Frejat e D, Quental), “Vida Frágil” (R. Frejat, Rodrigo Santos e D. Quental), “Música e Maresia” (George Israel e D. Quental), “Púrpura” (L. Carlini e D. Quental), “Dia a Dia” (R. Frejat e D. Quental), “Girassóis Azuis” (G. Israel e D. Quental), Último Vagão de Trem” (D. Quental) e “Amor, Perigoso Amor” (R. Frejat e D. Quental).
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