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Chaos A.D. é o quinto álbum de estúdio do Sepultura, lançado em 1993 pela Roadrunner Records. Após o sucesso de Arise, a banda decidiu expandir a experimentação do álbum e se distanciar ainda mais do seu som thrash metal anterior. O álbum incorpora múltiplos gêneros, como groove metal e hardcore punk, e apresenta a primeira música totalmente acústica da banda.
A banda considerou diversos produtores, incluindo o compositor de jazz de vanguarda John Zorn e Al Jourgensen, dos pioneiros do metal industrial Ministry. Eles acabaram escolhendo Andy Wallace, que já havia mixado Arise. O Sepultura buscava isolamento, e para isso Andy Wallace sugeriu o Rockfield Studios, localizado no sul do País de Gales. As sessões de gravação marcaram a primeira vez que o Sepultura gravou como um quarteto, em oposição a um trio, que teve Andreas Kisser no baixo e na guitarra em seus três álbuns anteriores; assim, Chaos A.D. foi o primeiro álbum a incluir Paulo Jr., que tocava ao vivo com a banda desde que se juntou a ela em 1984.
"Kaiowas" foi gravada ao vivo entre as ruínas do castelo medieval de Chepstow. Era uma faixa inteiramente acústica, com Kisser e Max Cavalera nos violões e o baterista Igor Cavalera e Paulo Jr. na percussão. Quando gravaram "Kaiowas", o quarteto nem sequer cogitou tocar a faixa ao vivo, pois achavam que seria muito difícil recriar a bateria no palco. Mudaram de ideia depois de assistir a um vídeo da banda americana Neurosis: "Vimos naquele vídeo ao vivo que os caras do Neurosis largaram as guitarras e todos começaram a tocar bateria no palco", lembra o guitarrista Andreas. "Decidimos tentar a mesma coisa. Ensaiamos uma vez e foi maravilhoso. Não paramos de tocar a música ao vivo desde então."
Durante as sessões de gravação, o Sepultura gravou vários covers: "The Hunt", do New Model Army, "Polícia", dos Titãs, "Inhuman Nature", da banda americana de hardcore punk Final Conflict, e "Crucificados pelo Sistema", do Ratos de Porão. Igor, fã do New Model Army, convenceu os outros membros da banda a incluir "The Hunt" no disco. Paulo brincou que o dinheiro do LP iria direto para novas dentaduras para Justin Sullivan, o vocalista banguela do New Model Army. Os últimos três covers seriam incluídos como lados B e também na coletânea Blood-Rooted. "Polícia" também está incluída como faixa bônus na edição brasileira do álbum. Até a data de lançamento do álbum, o título original era Propaganda após a faixa 6, mas Max Cavalera mudou para Chaos A.D. em homenagem a Earth A.D., do Misfits.
Do tédio de tocar as músicas de Arise por dois anos seguidos e preocupado com a ameaça de estagnação musical, o Sepultura expandiu seus horizontes em Chaos A.D. O novo material saiu mais lento, com mais ênfase no groove do que na velocidade. A primeira faixa, "Refuse/Resist", revelou a nova direção da banda. A música começa com a batida do coração do primeiro filho de Max, Zyon,seguida por uma bateria afro-brasileira. Sobre o riff de guitarra introdutório da faixa, Max disse que ela "poderia ter sido criada por uma banda de death metal".
Após viajar extensivamente para o exterior em sua turnê Arise, a banda passou a enxergar seu país natal sob uma nova perspectiva. Questões políticas e musicais brasileiras vieram à tona. O Sepultura atacou e denunciou o racismo, a discriminação, a xenofobia e o neocolonialismo, e como eles alimentavam políticas destrutivas e políticos sedentos por poder.
A letra de "Refuse/Resist" menciona "tanques nas ruas, confrontando a polícia, sangrando a plebe". Seu refrão ("Refuse! Resist!") assemelha-se ao slogan de uma marcha de protesto, e, quando lançada como single, apresentava a fotografia de um estudante sul-coreano avançando contra o contingente da polícia de choque de Seul enquanto segurava um coquetel molotov. Em entrevista à Kerrang!, Max Cavalera relembrou: "Isso certamente tocou no lado sombrio do Sepultura. ‘Refuse/Resist’ é uma música antipolícia – uma verdadeira obra de anarquia. Poderíamos chamar o álbum de música de protesto. Era cheio de coisas pesadas e algumas delas eram arriscadas, mas era exatamente de onde estávamos vindo na época."A música seguinte, "Territory", tratava do conflito entre os povos palestino e israelense. "Slave New World" — com letra coescrita pelo baixista do Biohazard, Evan Seinfeld— era um protesto contra a censura.
Massacres eram uma parte importante do tema geral do Chaos A.D. "Amen" abordava o massacre dos seguidores de David Koresh em Waco, Texas. "Manifest" continha uma falsa reportagem radiofônica sobre o massacre do Carandiru, e "Kaiowas" foi feita em homenagem a uma tribo indígena brasileira que cometeu suicídio coletivo em protesto contra o governo que queria expulsá-los das terras de seus ancestrais. "Nomad", escrita por Andreas, falava sobre pessoas expulsas de suas terras natais.
Em Chaos A.D., o Sepultura homenageou um de seus maiores ídolos, Jello Biafra. Max ligou para Biafra pedindo que ele contribuísse para o álbum com uma música sobre o crescente movimento neonazista. "Eu pedi algo como 'Nazi Punks Fuck Off - Parte 2'", lembra Max, referindo-se à música antinazista "Nazi Punks Fuck Off", do Dead Kennedys. Mas Biafra não estava interessado em reciclar ideias antigas e sugeriu uma música chamada "Biotech Is Godzilla", que ele havia escrito durante sua visita à Eco '92, uma conferência mundial sobre ecologia organizada no Rio de Janeiro. "Jello passou dez minutos me explicando suas teorias malucas", disse Max a Anamaria G., da revista Bizz. "Ele disse que George Bush havia enviado um grupo de cientistas ao Brasil para testar germes e bactérias em seres humanos e usá-los como cobaias. A letra afirma que a biotecnologia criou a AIDS. Mas não diz que a tecnologia é ruim, apenas que está nas mãos erradas".
De acordo com Max Cavalera, "a diversidade foi a chave para Chaos A.D.", dizendo também que "Biotech Is Godzilla" era "puro hardcore". "Nomad", com seus riffs caracteristicamente lentos, foi descrito pelo guitarrista Andreas Kisser como sua resposta a "Sad But True" do Metallica. O álbum também contou com a primeira incursão totalmente acústica do Sepultura, "Kaiowas". "É como uma mistura de Led Zeppelin, Sonic Youth e Olodum", disse Max sobre essa música em particular.
1. "Refuse/Resist" Max Cavalera 3:20
2. "Territory" Andreas Kisser 4:47
3. "Slave New World"
Evan SeinfeldMax Cavalera
2:55
4. "Amen" Max Cavalera 4:27
5. "Kaiowas" (instrumental) 3:43
6. "Propaganda" Max Cavalera 3:33
7. "Biotech Is Godzilla" Jello Biafra 1:52
8. "Nomad" Andreas Kisser 4:59
9. "We Who Are Not as Others" Max Cavalera 3:42
10. "Manifest" Max Cavalera 4:49
11. "The Hunt" (New Model Army cover)
Justin SullivanRobert Heaton
3:59
12. "Clenched Fist" Max Cavalera 4:58
Total length: 47:04
1993 Bonus Track Version (American Edition)
13. "Polícia" (Titãs cover) 1:47




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